Maior conglomerado de mídia da América Latina em receitas, de acordo com levantamento da agência ZenithOptimedia, o Grupo Globo atua nos mercados de TV aberta e por assinatura, jornais, revistas e livros, rádio, internet, música e produção de vídeo e de cinema. O grupo reúne as empresas Infoglobo (jornais), Editora Globo (revistas e livros), TV Globo, Globosat (programadora multicanal), Globo Filmes, Globo.com (portal de notícias), Sistema Globo de Rádio, Som Livre (gravadora) e Globo Internacional.
Em 2014, entre os negócios de mídia apresentados pelo próprio Grupo destacam-se 51 veículos: 13 revistas; 18 canais de TV por assinatura; 12 emissoras de rádio próprias e 116 afiliadas; 3 jornais (O Globo, Extra e Expresso), mais participação de 50% no Valor Econômico (0s outros 50% são do Grupo Folha); 5 emissoras de TV aberta e 116 afiliadas; além da participação em operadoras de serviços e infraestrutura de televisão paga. Em número de veículos, o Grupo Abril é o outro grande grupo de mídia no Brasil, com 49 revistas publicadas pela Editora Abril , o que representa cerca de 185 milhões de cópias por ano. A Unidade de Negócios Digitais publica o Brasil Post, a versão brasileira do jornal on-line Huffington Post.
A história dos negócios de mídia do Grupo Globo é marcada pela trajetória da família Marinho e tem início origem em julho de 1911 com a fundação por Irineu Marinho do jornal vespertino A Noite na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. Em 1917, Irineu Marinho Coelho de Barros fundou também a produtora cinematográfica Veritas Film, fechada um ano depois. Em 1924, por complicações de saúde, o jornalista Irineu Marinho vendeu em acordo de retrovenda as ações de A Noite para Geraldo Rocha, apontado como responsável pela construção da sede do jornal no prédio considerado o maior prédio da América do Sul. No ano seguinte, após desentendimentos com Rocha, Marinho deixou o quadro de A Noite para fundar outro jornal, O Globo, cujo nome foi escolhido em concurso popular.
A família Marinho segue no comando dos negócios do Grupo Globo desde o início do século XX. Depois da morte do pai, Roberto Marinho, em 2003, a presidência do Grupo passou a ser ocupada por Roberto Irineu Marinho, com seus irmãos João Roberto Marinho e José Roberto Marinho atuando como conselheiros e, respectivamente, vice-presidente institucional e editorial e vice-presidente de responsabilidade social.
Em 2013, as empresas da Globo Comunicação e Participações (Globopar), que não inclui a Infoglobo e o Sistema Globo de Rádio, somaram a receita líquida de R$ 14,6 bilhões, com faturamento de 15% a mais em relação a 2012.
TV Globo
O Grupo Globo entrou no incipiente mercado de televisão em 26 de abril de 1965 no Rio de Janeiro, com a inauguração da TV Globo por Roberto Marinho. A outorga para a criação de uma emissora de televisão na cidade havia sido concedida pelo então presidente da República Juscelino Kubitschek em 1957. João Goulart, por sua vez, autorizou em 1962 a concessão para o estabelecimento do canal de TV em Brasília. A entrada no mercado de TV aberta foi possível depois de acordos com o grupo Time Inc. em 1962. A legislação brasileira já limitava a participação de capital estrangeiro nos negócios de mídia. Em troca de 30% dos lucros da nova emissora de TV, o conglomerado americano apoiou o surgimento da TV Globo a partir da transferência de US$ 1,5 milhão e assistência técnica. O acordou se estendeu oficialmente até 1971. O governo militar foi essencial para a consolidação do Grupo Globo no mercado brasileiro de televisão. O investimento do Estado em infraestrutura e o apoio político e econômico impulsionaram players do setor privado sintonizados com o projeto de país da ditadura, favorecendo o monopólio.
Em 1964, a TV Globo se expandiu para São Paulo a partir da TV Paulista, comprada das Organizações Victor Costa, e em 1968 chagou a Belo Horizonte (MG). Na década de 70, depois do início das operações em Brasília e Recife, formou a sua rede nacional de televisão com emissoras próprias e afiliadas. Em 1995, a Rede Globo inaugurou o complexo de produção audiovisual Central Globo de Produções (Projac) no Rio de Janeiro. Em 1999, iniciou a transmissão para o Japão e os Estados Unidos, por meio da TV Globo Internacional. Hoje, exibe sua programação em mais de 100 países.
A TV Globo segue com cinco emissoras próprias localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Belo Horizonte e Brasília. Em outubro de 2014, a rede de afiliadas somava 122 emissoras, com cobertura de 5.490 municípios brasileiros em todos os estados e no distrito federal, a partir de retransmissoras e distribuição via satélite. A penetração da TV Globo alcançava 98,56% dos municípios e, por extensão, 99,51% da população do país, com Índice de Potencial de Consumo chegando a 99,7% dos brasileiros.
Dos R$ 14,6 bilhões da receita líquida da Globo Comunicação e Participações, os negócios de TV aberta, segundo estimativa do site Notícias da TV, corresponderam em 2013 a R$ 11,5 bilhões, alta de 9,2% na comparação com o ano anterior. A fatia da TV aberta representa, portanto, 72% do faturamento da Globopar, representado principalmente por receitas publicitárias. Considerando o total de investimentos em publicidade no setor em 2013, a TV Globo corresponde a pelo menos metade dos R$ 21,4 bilhões faturados pela TV aberta no país.
Em 2013, dos R$ 14,6 bilhões da receita líquida da Globo Comunicação e Participações (Globopar, 2014), os negócios de TV aberta corresponderam a R$ 11,5 bilhões, alta de 9,2% na comparação com o ano anterior. A fatia da TV aberta representa, portanto, 72% do faturamento da Globopar, representado principalmente por receitas publicitárias. Considerando o total de investimentos em publicidade no setor em 2013, a TV Globo corresponde a pelo menos metade dos R$ 21,4 bilhões faturados pela TV aberta no país.
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