Origem
A Telecom Italia S.p.A foi fundada em 1994 a partir da fusão de cinco companhias de telefonia regionais italianas: SIP, Iritel, Telespazio, Italcable e Sirm. A SIP – Sociedade Italiana para Exercício Telefônico p.A., na sigla em italiano – foi a mais importante dessas companhias, e por sua vez, teve origem na fusão, em 1964, de cinco outras empresas de concessão de telefonia. Sob o comando do IRI – Instituto para Reconstrução Social, criado pelo governo Mussolini em 1933 – a SIP foi a principal companhia telefônica italiana desde sua fundação até a fusão que resultou na Telecom Italia.
Em 1995, a divisão de celulares da Telecom Italia deu origem à TIM – Telecom Italia Mobile, com o lançamento do primeiro telefone pré-pago recarregável do mundo. O processo de privatização da Telecom Italia se iniciou em 1995. Na época a companhia era a quinta maior do mundo em telecomunicações e detinha o monopólio do serviço de linhas fixas na Itália. Com o processo concluído em 1997, o Tesouro italiano deixou de ser acionista majoritário. Em 1999, o empresário italiano Roberto Colaninno liderou a oferta pública de aquisição que comprou a Telecom Italia por US$65 bilhões. Desde 2007 o grupo é controlado pelo consórcio Telco.
A história da TIM no Brasil tem início em 1998, ano de privatização da Telebrás, com a transferência para a Tele Celular Sul Participações S.A. a propriedade de três empresas de telefonia regional e para a Tele Nordeste Celular Participações S.A. a propriedade de outras cinco. Na privatização, as duas companhias foram compradas pelo consórcio UGB (União Globo Bradesco) Participações e pela Bitel Participações, controlada pela Telecom Italia Mobile.
Em 1999 a Bitel adquiriu a parte da UBG e o controle acionário das empresas passou para o grupo italiano. Em 2001 a companhia adquiriu licenças nas bandas D e E de telefonia móvel e se tornou o primeiro grupo autorizado a operar com a mesma marca em todo o território nacional. Com a reestruturação de subsidiárias, em 2003 a companhia obteve a denominação social de TIM Sul S.A. A Bitel incorporou a TIM Brasil S.A., que passou a se chamar Tim Brasil Serviços e Participações S.A. A alteração para a denominação social atual, TIM Participações S.A., ocorreu em 2004, com a aquisição da Tele Celular Sul.
Atuação
A Tim Brasil atualmente oferece serviços de telefonia móvel (TIM Infinity, TIM Liberty), fixa (TIM Fixo) e ligações de longa distância (a partir da compra da Intelig). Como provedora de internet, oferece banda larga fixa e móvel, com serviços 4G com cobertura parcial no território nacional.
Controladores
A Pirelli foi a principal acionista da Telecom Italia até 2007, quando sua controladora, a Olímpia, foi vendida por €4,1 bilhões para o consórcio Telco. O Telco é o maior investidor da Telecom Italia, com uma participação, em 2013, de 22,4%. Atualmente, o consórcio é composto pelo grupo espanhol de telecomunicações Telefónica (66%), a seguradora italiana Generali (19,32%), os bancos italianos Mediobanca (7,34%) e Intesa Sanpaolo (7,34%). Demais acionistas são investidores estrangeiros, italianos e companhias menores com participação acionária individual pequena. A Telefónica detém, indiretamente, quase 15% da Telecom Italia.
Mercado brasileiro
A TIM Brasil terminou o ano de 2013 com 217 milhões de usuários. Em maio de 2012 havia chegado à liderança no segmento pré-pago, e em agosto do mesmo ano à vice-liderança no pós-pago.
Movimentações recentes
Entre as principais movimentações recentes da TIM está a passagem do controle da Telecom Italia, sua controladora, para o Telco, consórcio hispano-italiano, em processo que ocorre desde 2007 (ver item 3. Controladores). O principal acionista do consórcio é o Grupo Telefónica, que também é controlador da Vivo no Brasil. A entrada do Grupo Telefónica/Vivo na estrutura acionária da Telecom Italia através do consórcio Telco teve de ser analisada no Brasil pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e aprovada pelo CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) órgão antitruste. O objetivo da Anatel e do CADE é manter a Vivo e a TIM Brasil independentes, com personalidade jurídica, diretoria e plano de negócios próprios. A operação foi aprovada em outubro de 2007 pela Anatel, com restrições. O Grupo Telefónica, ou seus representantes em instâncias administrativas, ficou proibido de participar das votações ou deliberações de quaisquer assuntos relacionados à atuação da Telecom Italia ou empresas controladas por ela na prestação de serviços de telecomunicações no mercado brasileiro. Não poderia, nesse caso, ocorrer fusão, superposição de licenças, imposições tecnológicas de uma empresa sobre a outra, ou acordos mercadológicos entre Vivo e TIM no Brasil. O CADE levou três anos para aprovar a negociação, e em 2010 emitiu um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD), em que aprovava a participação acionária do Grupo Telefónica no consórcio Telco por entender que a operação não resultaria em problemas para o mercado de telefonia no Brasil. O documento estabelecia condições, prevendo que membros do conselho do Telco indicados pelo Grupo Telefónica não poderiam ter acesso a assuntos envolvendo a TIM Brasil ou participar da votação de qualquer tema envolvendo o mercado brasileiro, sob risco de multa de até R$20 milhões de reais.
Em setembro de 2013 o Grupo Telefónica fechou outro acordo na Itália, que aumentou sua participação no consórcio Telco de 46% para 66%. Em novembro, o CADE emitiu parecer técnico em que declarou que este aumento ofendeu os Termos de Compromisso de Desempenho (TCD, o contrato original) de 2010. O parecer estabeleceu uma série de penalidades, como a multa de R$15 milhões para o Grupo Telefónica e a venda imediata das ações correspondentes à transação anunciada em setembro de 2013.
Indicativos recentes apontavam que os ativos da TIM no Brasil poderiam ser comprados pelos controladores da Claro Brasil (América Móvil), Oi (Telemar Participações) ou Vivo (Telefónica). Uma vez que Vivo, Oi e Claro são as principais operadoras de telefonia celular no Brasil junto da TIM, dificilmente a aquisição total desta por alguma delas seria aprovada pela Anatel e CADE. Uma das ideias cogitadas seria a divisão da TIM em três, para então ser adquirida pelas companhias controladoras da Vivo, Oi e Claro.
Em maio de 2014, a seguradora italiana Generali, que integra o Telco, anunciou que pretende deixar o consórcio que controla a Telecom Itália em junho. O banco Mediobanca também anunciou, por algumas vezes, que pretende deixar o consórcio. O Grupo Telefónica mostrou interesse em adquirir as ações dos dois grupos, mas a transação dificilmente seria aprovada pelo CADE no Brasil, principalmente ao considerar o histórico das operações do tipo no País.
Conselho de Administração
Desde 2009 a TIM Brasil esteve sob gestão de presidentes italianos. Em 2013 o brasileiro Rodrigo Abreu assumiu a presidência da empresa. Também desde 2013 Franco Bertone preside o Conselho de Administração.
Os últimos três anos (2011, 2012 e 2013) revelam crescimento de 17,8% na receita da TIM Brasil. Em 2013, o rendimento do grupo no país alcançou o valor de R$ 1,506 bilhões (US$ 642,88 milhões), enquanto o fechamento do último trimestre de 2012 mostrou o valor de R$ 1,449 bilhões (US$ 709,08 milhões), e o de 2011, R$ 1,278 bilhões (US$ 681,31 milhões).
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