Perfil – The Walt Disney Company

No Brasil, a Disney ficou em primeiro lugar entre as distribuidoras de filmes tanto em 2017 (faturamento de R$ 520 milhões) como em 2016, ano em que a sua renda chegou a R$ 572 milhões na distribuição de 32 títulos no mercado brasileiro, para um público de quase 40 milhões de espectadores, ocupando mais de 1.000 salas de cinema (ANCINE/OCA, 2018; 2017).

Em 2014, estava entre as empresas subsidiárias dos grandes estúdios de produção e distribuição de filmes (Paramount, Universal, Disney, Sony, Fox e Warner), que concentraram 73,2% da renda total nacional do mercado de distribuição de filmes, segundo dados do Informe Anual Preliminar 2014 da Ancine, produzido pelo Observatório Brasileiro do Cinema e Audiovisual (OCA)^[5].

Em 2013, a companhia ficou em 1º lugar no ranking de distribuição nacional, com participação de 16,9% da renda total, somando R$ 296,35 milhões.^[6] Em 2012 estava na 5ª posição, com 12,23% de participação do mercado e faturamento de R$ 200,72 milhões.^[7] Em 2014, a Disney teve 15,2% de participação no mercado de distribuição de filmes no Brasil, equivalente a cerca de R$ 217,4 milhões em faturamento considerando títulos brasileiros e estrangeiros, atrás apenas da Fox (com 22,8% de market share). No mesmo ano, duas das dez maiores bilheterias no Brasil foram de filmes distribuídos pela The Walt Disney Company, contra cinco da Fox (que faz parte da 21st Century Fox, do magnata australiano Rupert Murdoch, companhia que surgiu da divisão da News Corporation em duas áreas de atuação: mídia de informação e entretenimento).

Se em 2012 a Disney não contava com nenhum filme brasileiro em seu catálogo de distribuição, esse cenário tem se alterado em anos recentes: em 2013 foram três filmes e em 2014 o longa “SOS Mulheres ao Mar” ficou em 4º lugar entre as maiores bilheterias de filmes brasileiros, com 1,78 milhão de espectadores.

Histórico

A The Walt Disney Company é um dos maiores conglomerados de mídia do mundo, fundado nos Estados Unidos em 1923.^[1] Ao longo da década de 1920 produziu seus primeiros desenhos animados, lançando o ícone Mickey Mouse em 1928. Em 1937 estreou seu primeiro longa-metragem, Branca de Neve e os Sete Anões, o primeiro filme de animação produzido nos EUA. Nas décadas seguintes investiu em animações com grande retorno financeiro, como Pinóquio, Fantasia e Dumbo. Em 1954 começa a ser exibido na televisão (rede ABC) o programa Disneyland – um ano antes havia sido fundada a Buena Vista Film Distribution Company, responsável pela distribuição dos produtos da marca. Além do estúdio de animação, a Disney se destacou na produção e exibição de filmes live-action e musicais. Um dos grandes destaques do Grupo foi a criação de parques temáticos de diversão primeiro nos Estados Unidos e depois na Europa e no Japão.

No início da década de 1980 foi lançado nos EUA o Disney Channel (1983), canal com 18 horas de programação diária de televisão; no mesmo ano foi fundada a Walt Disney Pictures, responsável pela produção de filmes da companhia. Em 1995 foi iniciado o processo de fusão com a rede de televisão Capital Cities/ABC, comprada por US$ 19 bilhões. Nos anos 90 o conglomerado investiu em times esportivos e navios para cruzeiros, além de expandir os seus negócios na área de entretenimento. Naquela década foram lançadas algumas das animações com maior retorno financeiro, entre as quais A Bela e a Fera, Rei Leão e A Pequena Sereia. O conglomerado também fez três importantes aquisições na primeira década de 2000: a do estúdio de animação Pixar (2006); a da editora de histórias em quadrinhos Marvel Entertainment (2009); e da produtora Lucasfilm, da franquia Stars Wars (2012). Em 2009 foram concluídas as negociações com o estúdio DreamWorks – fundado por Steven Spielberg, Jeffrey Katzenberg e David Geffen – pelas quais a Disney seria a distribuidora dos filmes live-action do estúdio durante sete anos, via Touchstone Pictures.

Em âmbito global, a The Walt Disney Company está presente hoje em cinco segmentos do mercado de entretenimento:^[2] A divisão de redes de mídia concentra os negócios em televisão (Grupo ABC, ESPN, Disney Channel, A&E e empresas na Índia), emissoras de rádio, internet (Hulu, Fusion) e de equipes esportivas; o The Walt Disney Studios estão reunidos na área de produção de filmes, musicais, peças de teatro e shows; o Disney Consumer Products gerencia as marcas de brinquedo; o Disney Interactive produz jogos de videogames e sites; e a divisão de parques temáticos e resorts responde pela administração desses negócios na América do Norte, Europa e Ásia.

A companhia está presente em todas as grandes economias mundiais, com forte atuação no mercado latino-americano, em especial no Brasil. No Brasil mantém os canais de TV por assinatura Disney Channel, Disney Junior e Disney XD, de programação infanto-juvenil, e o canal esportivo ESPN, além de estar presente no mercado de viagens turísticas e licenciamento de produtos.

A Disney é o terceiro maior conglomerado de mídia do mundo em faturamento, segundo pesquisa da consultoria Zenith Optimedia em 2014, atrás apenas do Google e da DirecTV (este, antes da aquisição pela AT&T em 2014),^[3] com receitas nesse ano de US$ 48,8 bilhões, ou 8% a mais que em 2013.^[4] Considerando apenas o mercado da América Latina, a receita do Grupo foi de US$ 1,609 bilhão em 2014 e US$ 1,506 em 2013.